19h30 no bar Casa da Vó na Avenida Perimetral atrás do Country club.
Há
um ano e alguns meses, lançamos o primeiro número da revista Pluriversos. Foi a realização de um
projeto que já tínhamos em mente há algum tempo e ficamos muito felizes com o
resultado alcançado. A qualidade dos textos que nos foram enviados enriqueceu a
revista e corroboraram com a ideia do nosso projeto. Também foi gratificante
ver que as pessoas liam e comentavam sobre a revista, já pedindo um segundo
número e/ou enviando textos para que publicássemos. Logo após o lançamento,
então, já começamos a pensar no segundo número, que gostaríamos de ter lançado
ainda em 2013.
Mas não se faz
literatura com pressa, ela se faz no seu próprio ritmo. Carlos Drummond de
Andrade disse “não forces o poema”. Charles Bukowski disse que, se não fosse
verdadeira, a literatura não existia. Por isso decidimos esperar. Esperar que
os escritores sentissem necessidade de falar, que a literatura se fizesse por
si só, até entendermos que estava no momento de lançar uma segunda edição. Foram
nove meses de gestação que culminaram em um parto com um filho que acreditamos
sadio.
Nessa
tentativa de mapear a literatura contemporânea (com um foco voltado para o
nosso estado, sobretudo para a nossa cidade), vemos um cenário interessante se
construindo, com cada vez mais vertentes, e boas vertentes, numa literatura
plural que fala a língua de nosso tempo, que mostra o ser humano contemporâneo
vivendo sob, recebendo de e contribuindo para o mesmo Zeitgeist.
Falando
mais especificamente de Maringá e região, temos um cenário se fortalecendo com
os premiados Oscar Nakassato (venceu o Benvirá e o Jabuti) que foi o
entrevistado do primeiro número da revista e Marcos Peres (vencedor do prêmio
SESC) que contribuiu com textos tanto para o primeiro quanto para o atual
número da revista. Suas premiações não são importantes somente para suas
carreiras, mas são também para todo um cenário literário maringaense e, porque
não, maringaense.
Recentemente,
recebemos a agradável notícia de que alguns poetas que residem em Maringá
entraram para a coletânea dos cento e um poetas da história do Paraná, desde a
emancipação do estado até os dias atuais. A coletânea foi idealizada pela
Biblioteca Pública do Paraná e organizada por Ademir Demarchi, poeta
maringaense residente em Santos, que também colaborou com os dois números da
Pluriversos. Os poetas agraciados com a inclusão na coletânea foram Marciano
Lopes, Nelson Alexandre, Alexandre Gaioto e Luigi Ricciardi (todos os quatro
colaborando com a revista, sendo o último finalista do prêmio SESC desse ano),
sendo que os dois últimos ainda nem foram publicados oficialmente como poetas.
Outros com passagem pela cidade também foram incluídos, caso de Marco Cremasco
e Ana Guadalupe.
Mas
nem só dos premiados vive a revista. Outros tantos que escrevem há anos e
outros tantos que começaram escrever há pouco tempo contribuem para a riqueza
de nosso cenário. Há uma grande força nos mundos literários de Ademir Demarchi
(poeta já consagrado), Adalberto Souza, Bruna Siena, Kélen Henn, Guilherme
Ziggy, Ariana Zahdi, Jary Mércio, Victor Simião, Márcio Domenes, e outros
tantos mais.
Além
dos maringaenses, temos colaborações de escritores de Campo Mourão, Recife,
Santos, Joinville, e até mesmo de Buenos Aires. A todos eles dedicamos esse
número. Contudo, a nossa grande homenagem vai para Marciano Lopes, recentemente
e precocemente falecido. Lopes, além de poeta, era professor de literatura da
UEM, e talvez um dos maiores incentivadores literários e artísticos que a
cidade teve nas últimas décadas. Fica aqui a nossa homenagem a você, caro
amigo, e, já parafraseando Nelson Alexandre, se o homem “vai”, ao menos a
poesia fica. É para ele que dedicamos essa revista. Talvez sem o seu exemplo
não tivéssemos encarado os muros de concreto (falsamente escondidos pelas
árvores) e tentado fazer literatura.
No
número dois da revista Pluriversos temos cinco seções. A primeira é “Meu mundo
literário”, que trará pequenos comentários de leitores falando sobre algum
livro que eles tenham lido, gostado e que agora indicam. A segunda é “De lupa
sobre as linhas”, que se dedicará a críticas e resenhas sobre obras literárias
em geral – destaque para o texto de Marisa Corrêa Silva sobre a obra do
romancista português Helder Macedo, que recentemente esteve em Maringá. A
terceira seção é “Fala, escritor” que contém a ótima entrevista que o
jornalista Victor Simião fez com o maranhense Ferreira Gullar, considerado pela
crítica como o maior poeta brasileiro vivo. A quarta seção, intitulada “Versos
para o Mundo” é dedicada à produção poética, e quinta e última “Conte como
Contas” é dedicada à prosa.
Esperamos
que você, leitor, goste da revista. Que leia, que comente, que critique, que
sugira. Sem o leitor não há literatura. É só acúmulo de poeira em uma estante
qualquer. No nosso caso, um arquivo em pdf baixado e salvo em qualquer pasta e que
nunca será lido. Sonhamos ainda em fazer novos números da revista, e eles só
serão possíveis se houver a colaboração dos leitores e escritores. Ajudem-nos
na divulgação da revista, escreva-nos, envie-nos seus textos.
Aprecie
a revista sem moderação.
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